(Atividade nº 4) O Ratio Studiorium ou Plano de Estudos da Companhia de Jesus



A INSTITUCIONALIZAÇÃO DA PEDAGOGIA JESUÍTICA OU O RATIO STUDIORIUM

Antes da implementação do Ratio Studiorium pela Companhia de Jesus, outros sistemas de ensino regiam as escolas da época. No decorrer da Idade Média e até o seu fim, no século XV, prevaleceu o sistema de ensino chamado modus italicus, sendo progressivamente substituído pelo modus parisienses, no século XVI e que foi, posteriormente, o modelo de inspiração para a formulação do Ratio Studiorium, no mesmo século. 

MODUS ITALICUS
MODUS PARISIENSIS
RATIO STUDIORIUM
“Não seguia um programa estruturado e nem vinculava a assistência dos discípulos a determinada disciplina, ou seja, eles podiam passar de uma a outra disciplina sem necessidade de preencher qualquer tipo de pré-requisito. Basicamente esse método implicava a presença de um preceptor que ministrava instrução a um conjunto de discípulos que eram reunidos independentemente das eventuais diferenças de níveis de formação e das idades de cada um. No entanto, já que as diferenças existiam, lançava-se mão dos estudantes mais adiantados ou de instrutores para acompanhar os discípulos em fase de iniciação. ” (SAVIANI, 2013, p. 51-52)
“[...] o modus parisiensis de ensinar comportava, como aspectos básicos, a distribuição de alunos em classes, realização, pelos alunos, de exercícios escolares e mecanismos de incentivo ao trabalho escolar. A organização das classes dava-se pela reunião de alunos aproximadamente da mesma idade e com o mesmo nível de instrução aos quais se ministrava [...] um conjunto de conhecimentos proporcionais ao nível dos alunos. [...]
Os mecanismos de incentivo ao estudo implicavam castigos corporais e prêmios, louvores e condecorações, além da prática de denúncia e delação. (SAVIANI, 2013, p. 52)
Tendo assimilado o modus parisiensis, os jesuítas conceberam o Ratio Studiorium ou Plano de Estudos da Companhia de Jesus. “O Plano foi constituído por um conjunto de regras cobrindo todas as atividades dos agentes diretamente ligados ao ensino. Começava pelas regras do provincial, passava pelas do reitor, do prefeito de estudos, dos professores de modo geral e de cada matéria de ensino, chegava às regras da prova escrita, da distribuição de prêmios, do bedel, dos alunos e concluía com as regras das diversas academias” (SAVIANI, 2013, p. 55)
O Ratio, dispunha de modelo curricular, tempo pedagógico, sistema de seriação, mecanismos de incentivo, professores específicos e classes homogêneas sendo a base da pedagogia tradicional presente, até hoje, nas escolas contemporâneas.


SENTIDO E ÊXITO DO IDEÁRIO PEDAGÓGICO DO RATIO STUDIORIUM

“O Plano contido no Ratio era de caráter universalista e elitista. Universalista porque se tratava de um plano adotado indistintamente por todos os jesuítas, qualquer que fosse o lugar onde estivessem. Elitista porque acabou destinando-se aos filhos dos colonos e excluindo os indígenas, com o que os colégios jesuítas se converteram no instrumento de formação da elite colonial. Por isso, os estágios iniciais previstos no Plano de Nóbrega (aprendizado de português e escola de ler e escrever) foram suprimidos.” (SAVIANI, 2013, p. 56)
Em termos históricos, o Ratio teve êxito em seu objetivo, pautando e organizando mais de 700 colégios jesuítas mundo a fora até o seu fim, em 1759. 

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