(Atividade nº3) A Educação no Período Colonial


COLONIZAÇÃO E EDUCAÇÃO

®    1500: chegada dos portugueses no Novo Mundo.
·         O Brasil entra para a história da chamada “civilização ocidental e cristã”.
®    O processo de colonização é marcado por 3 momentos:
·         A colonização em si
“Colonização” no latim colo: morar, cultivar. Posse ou exploração da terra subjugando seus habitantes.
“Colônia”: espaço que se ocupa, mas também, terra ou povo que se trabalha ou sujeita.
·         A Catequese
1500: na caravela de Pedro Álvares Cabral, aportam o primeiro grupo religioso no Brasil com a missão de propagar a fé cristã.
Constroem-se igrejas, conventos, mosteiros e diversas instituições de variadas ordens religiosas.
Os primeiros a chegar no país foram os franciscanos, mas também, outras congregações se fizeram presentes no processo de colonização, como os beneditinos, jesuítas, carmelitas, mercedários, oratorianos e capuchinhos.
Contudo, a maioria dessas ordens religiosas agiam de forma autônoma e dispersa, sem o apoio ou proteção da Coroa e dispondo de poucos recursos. Esse foi o grande diferencial dos jesuítas que vieram a mando do rei de Portugal e, portanto, possuíam suporte e auxílio como nenhuma outra congregação e exerceram de forma integral o monopólio da educação no país.
·         A Educação
Quando falamos da história do Brasil é impossível separar educação das práticas de catequese providos pelos religiosos, principalmente, os jesuítas. Isso por que, o eixo do trabalho catequético era de caráter pedagógico, uma vez que a prática de conversão dos índios a fé cristã se dava pelo meio educacional.
A educação no Brasil foi estabelecida através de um processo de aculturação, ou seja, os portugueses incutiram suas práticas, técnicas, símbolos e valores próprios na vida dos índios.
Assim, essa fase pode ser dividida em 3 momentos:
Período Heroico (1549-1597): é caracterizado como o início do processo educativo promovido pelos jesuítas no Brasil e iniciou-se pela construção de escolas e seminários nas diversas regiões do país.
Manoel da Nóbrega e José de Anchieta destacam-se como participantes ativos do processo de educação indígena.
Pode ser considerado um rascunho do que viria a ser o sistema educacional estabelecido após a consolidação do Ratio Studiorium no Brasil.
Ratio Studiorium (1599-1759): Definido como um plano geral de ensino a ser implementado em todos os colégios da Ordem jesuítica em todo o mundo, o Ratio era um documento que estabelecia um conjunto de regras de regulamentação. Ou seja, tinha por finalidade, ordenar as atividades, funções e os métodos de avaliação, além de estabelecer normas de comportamento para todos os envolvidos no processo educativo e normas de funcionamento das escolas.
Fase Pombalina: Foi o período marcado pela expulsão dos jesuítas no Brasil pelo Marquês de Pombal e o fim do sistema colonial de ensino jesuítico.


UMA PEDAGOGIA BASÍLICA

A EDUCAÇÃO INDÍGENA TUPINAMBÁ         
Considerando que a denominação “Tupinambá” compreende diversos grupos tupis que ocupavam uma vasta área do território descoberto, pode-se considerar que a formação social e a educação Tupinambá eram representativas no conjunto daquelas populações.
A Sociedade Indígena
®    Aspectos Sociais:
·         Viviam em propriedades coletivas, onde todos eram livres e possuíam direitos iguais.
·         Não existiam classes sociais.
·         Alcançavam seus objetivos através da cooperação.
·         A organização social era composta por cinco grupos definidos por faixa etária (tanto para homens quanto para mulheres).
®    Aspectos econômicos:
·         Economia natural: não precisavam realizar trocas com outras tribos, pois os recursos captados eram capazes de suprir a necessidade de todo o grupo.
·         Economia de subsistência: produziam e exploravam apenas o necessário para sua sobrevivência.
®    Aspectos culturais:
·         Os conhecimentos e as crenças eram acessíveis a todos da aldeia.
·         Preservavam a memória coletiva e as tradições tribais.
·         A cultura era transmitida por processos diretos, ou seja, de forma oral.
·         Os mais velhos ocupavam a posição de modelos no processo educativo.

Os Processos Educativos dos Povos Indígenas
            A educação indígena se dava de forma distinta para os cinco grupos de idades: até os 7-8 anos, entre 7 e 15 anos, entre 15 e 25 anos, entre 25 e 40 anos e a partir dos 40 anos de idade. O processo educativo se dava de forma mais incisiva nos três primeiros grupos de idade, porém abarcava também os dois outros. 

Até os 7-8 anos
Entre 7 e 15 anos
Entre 15 e 25 anos
Entre 25 e 40 anos
A partir de 40 anos
Dependiam estritamente da mãe. Os meninos recebiam arcos e flechas, mas sem um aprendizado formal. As meninas, da mesma forma, aprendiam a fiar algodão e amassar barro para a fabricação de utensílios domésticos.
As meninas passavam a depender mais da mãe, sua mestra e modelo e aprendem a semear, plantar, fiar, tecer e cozinhar. Os meninos já não ficavam mais em casa e deixavam de depender da mãe, o pai torna-se seu modelo principal que o prepara para a vida de adulto ao incluí-lo em seu trabalho.
Participavam mais ativamente das atividades dos adultos. Os rapazes já guerrilhavam, caçavam e pescavam, fabricavam flechas e prestavam serviços nas reuniões dos mais velhos. As moças auxiliavam as famílias realizando as atividades domésticas.
Os homens participavam das reuniões, acessando a memória da tribo, assimilando novos conhecimentos sobre suas tradições e instituições. As mulheres exerciam as atividades domésticas e cuidavam e educavam os filhos, podendo participar de algumas reuniões com os homens.
Os homens podem se tornar chefes, líderes guerreiros e chegar à condição de pajés. Faziam preleções, transmitindo as tradições e orientando os mais jovens. As mulheres presidiam o conjunto dos trabalhos domésticos, carpindo os mortos e orientando as mais jovens.

Foi essa a realidade que os conquistadores europeus se depararam quando aportaram no Brasil. Desta forma, para que alcançassem seu objetivo de dominação foi necessário utilizar formas específicas de intervenção na prática educativa, dando origem a chamada “educação basílica”. Uma educação pensada e formulada sob medida para a conjuntura dos índios brasileiros.

A PEDAGOGIA BASÍLICA
            A educação jesuítica no Brasil apresenta duas fases: o período Heroico e o período
do Ratio Studiorium. Na primeira fase, destacam-se dois padres que participaram ativamente do processo educativo dos índios brasileiros: padre Manoel da Nóbrega e padre José de Anchieta.
Manoel da Nóbrega propôs um plano onde os padres jesuítas deveriam ensinar o português (para os índios), a doutrina cristã, a ler e escrever e, opcionalmente, música e canto. E ao final, culminava com o aprendizado agrícola para os índios e a gramática latina para os filhos da elite que desejavam estudar na Europa (Universidade de Coimbra).
O principal método para que se aproximassem dos índios foi agir sobre as crianças. Os jesuítas mandaram vir de Portugal, meninos brancos órfãos que seriam usados para atrair os meninos índios e, por meio deles, atingir seus pais, em especial os caciques, convertendo toda a tribo a fé católica (SAVIANI, 2007).
No plano de Nóbrega, os índios primeiramente se sujeitavam aos colonos para que, em seguida, se convertessem a fé cristã e, finalmente, fossem submetidos a educação disciplinar, moral e intelectual dos jesuítas.
José de Anchieta, por sua vez, utilizou um método diferente. Era através da linguagem e das artes que ele promovia a conversão, ou seja, ele se utilizava da língua geral, o tupi-guarani, para realizar seu trabalho pedagógico, produzindo peças de teatro e poesias. Desta maneira, Anchieta convencia os índios de que seus deuses e práticas sagradas adivinham de forças do mal e que, precisavam se converter a fé católica para alcançar a salvação.
Em meados dos anos 80 do século XVI, surge a necessidade de unificar o procedimento pedagógico diante do grande número de colégios pertencentes à Companhia de Jesus e, assim, começa-se a pensar a elaboração do que virá a ser o Ratio Studiorium. Caracterizado, de forma geral, como a sistematização da pedagogia jesuítica materializada em uma coletânea contendo 467 regras que abrangem todas as atividades dos agentes diretamente ligados ao ensino nos colégios da Ordem. E era sistema que iria reger, por aproximadamente 200 anos, a educação colonial no Brasil. 

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